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Agora, de terno e gravata, Nascimento descobre que, mesmo transformando o batalhão especial em uma máquina de guerra com capacidade de quase erradicar o tráfico no Rio de Janeiro, percebe que o inimigo desde o começo é outro, ou seja, é aquele agente carcerário que faz vista grossa com a entrada de armas ou as milícias que tomam o lugar do tráfico nos morros e, não podia faltar o mais perigoso, os políticos que ficam por trás, correndo em esteiras ou atendendo telefone em saunas, tomando champagne na favela à procura de votos e nem aí com as vidas desperdiçadas, contanto que as urnas dêem o resultado esperado.
José Padilha, na condição de escrito agrega em sua inquietação e vontade de encarar o problema de frente que, com a competência dele e de Bráulio Montovani faz o roteiro do filme ser bem costurado, mostrando todos os conflitos em uma linha narrativa com o objetivo de contar uma história e propor a discussão de um assunto mais que pertinente. Os escritores são capazes de mostrar por meio desta trama um lado farsista, violento e agressivo, gerando um inimigo pior para o Nascimento com a evolução natural da situação, por mais que os inimigos eram conhecidos desde o primeiro filme, porém, sem sua devida clareza. Padilha faz com que seus personagens encarem sem medo as feridas de uma sociedade falida, que precisa colocar a prova o que é melhor entre um bando de traficantes dominando os morros ou as milícias formadas por policiais corruptos.
Já que o inimigo é outro, diante de todas as sequências de ação e com um roteiro cheio de personagens marcantes, Padilha e Tropa de Elite 2 alertam que aqueles “maconheiros” do primeiro filme ficaram pequenos perto de toda a corrupção que assola o Brasil. No final das contas, os “novos maconheiros” são os eleitores, dando oportunidade e poder a um grupo de pessoas despresíveis, que chegam a presidir Conselho de Ética de Deputados. Neste cenário, uma mensagem que a maioria dos cinemas são capazes de ignorar por comodidade, ou até por não quererem perceber que o culpado de boa parte de tudo isso está ali, sentado no escuro e acabou de eleger em Outubro de 2010, os quinhentos e treze Deputados Federais (sem contar os estaduais), que infelizmente não devem se diferenciar tanto assim desses que, o Capitão Nascimento lutou com unhas e dentes.
Tropa de Elite 2 foi lançado em Outubro de 2010, por coincidência no período eleitoral. Escrito por José Padilha e Bráulio Montovani, dirigido por José Padilha, com Wagner Moura, Irandhir Santos, André Ramiro, Pedro Van Held, Milhem Cortaz, Seu Jorge, André Mattos e Sandro Rocha.
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